Publicado em 23 de outubro de 2025
A chegada do 5G representa um dos maiores saltos tecnológicos das últimas décadas, trazendo velocidade até 100 vezes maior que o 4G, latência ultrabaixa e a capacidade de conectar milhares de dispositivos por quilômetro quadrado.
No entanto, além da rede pública disponibilizada pelas operadoras, cresce no Brasil e no mundo o uso das redes privativas de 5G, projetadas para atender especificamente às demandas de empresas e setores industriais.
Na Indústria 4.0, onde automação, IoT, robótica e inteligência artificial exigem alta confiabilidade, segurança e estabilidade, o 5G privativo se consolida como uma infraestrutura crítica para operações avançadas.
Uma rede 5G privativa é uma infraestrutura dedicada, instalada em um ambiente industrial ou corporativo, que funciona de forma independente das redes públicas das operadoras. Isso garante maior controle, segurança e personalização, já que os recursos da rede são exclusivos para a empresa, sem risco de congestionamento causado pelo tráfego externo.
Com isso, indústrias podem implementar aplicações críticas, como controle remoto de máquinas, monitoramento em tempo real de cadeias de suprimentos e uso de veículos autônomos, sem interrupções.
O 5G privativo abre espaço para aplicações antes inviáveis pela limitação das tecnologias anteriores:
Apesar do potencial disruptivo, a adoção do 5G privativo enfrenta barreiras:
Diversas empresas brasileiras já exploram os benefícios do 5G privativo em seus processos produtivos:
Em parceria com a Embratel, implementou uma rede privativa em sua planta de Ouro Branco, conectando máquinas e sistemas digitais com estabilidade e baixa latência. O projeto viabilizou maior automação, veículos autônomos internos e integração com inteligência artificial.
Em sua fábrica de chocolates KitKat, a empresa adotou uma rede privativa em colaboração com a Claro e a Ericsson. O resultado foi um aumento de até 25% na eficiência operacional, com monitoramento em tempo real da qualidade dos produtos e integração de robôs autônomos.
Testes com caminhões autônomos e sistemas de rastreamento baseados em 5G têm mostrado avanços na segurança e no controle de cadeias de suprimento em tempo real.
Desde o leilão de espectro realizado em 2021, o Brasil tem investido fortemente na expansão do 5G. Até o final de 2024, mais de 800 cidades já tinham cobertura licenciada na faixa de 3,5 GHz, cobrindo cerca de 60% da população.
Além disso, a liberação antecipada da faixa de 3,5 GHz pelo governo e iniciativas como o programa Norte Conectado estão acelerando a inclusão digital, inclusive em áreas remotas.
Entretanto, a densidade necessária de antenas, o custo elevado dos dispositivos compatíveis e a desigualdade regional ainda limitam a adoção plena da tecnologia. Apenas 11% das conexões móveis no Brasil eram 5G em outubro de 2024.
À medida que o 5G standalone (SA), que utiliza infraestrutura totalmente dedicada, se consolida, abre-se espaço para aplicações mais sofisticadas, como cidades inteligentes, veículos autônomos e integração massiva com IoT e computação de borda.
No ambiente industrial, o 5G privativo tende a se tornar o padrão para operações críticas, trazendo ganhos expressivos em automação, eficiência e segurança. No entanto, será essencial superar desafios de custo, capacitação técnica e segurança cibernética para que o potencial se concretize em escala.
O 5G privativo representa um marco na transformação digital da indústria brasileira. Ele abre caminho para a manufatura inteligente, o uso intensivo de robótica avançada e a otimização da logística e da cadeia de suprimentos, elevando a competitividade nacional no cenário global.
Com a união entre empresas, governo e instituições de pesquisa, como o Instituto Atlântico, o país pode acelerar a adoção dessa tecnologia, tornando-a mais acessível e estratégica para os setores produtivos.
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Fontes: Governo do Brasil; Nestlé; Embratel; Computer Weeckly.